terça-feira, 16 de outubro de 2012

GRAVURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL


VAMOS FAZER GRAVURA OU IMPRESSÃO?
O que o aluno poderá aprender com esta aula
- Aprender que a gravura é uma forma de reproduzir o que foi gravado em uma matriz;
- Estimular o interesse das crianças para novas pesquisas perceptivas, visuais e táteis;
- Levar as crianças a refletirem sobre questões artísticas e estéticas de forma significativa; e
- Pesquisar e explorar formas e texturas do seu cotidiano, fazendo impressão em um papel.

Duração das atividades
Quatro momentos de 20 a 30 minutos, cada um.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Linguagem oral.
Estratégias e recursos da aula

Professor, esta aula poderá ser desenvolvida com crianças de três a seis anos de idade. Para as crianças menores, o docente deve considerar o tempo de concentração.
1º momento - Vamos pintar e gravar as mãos?
            Nesta primeira aula, a mão da criança será a matriz. O professor propõe às crianças uma pintura na vertical, usando tinta guache.  Para isto, o docente fixa uma folha de papel (sugerimos A3, ou outra a que o professor preferir) na parede do pátio, para cada criança e oferece várias cores de tinta guache, distribuídas em tampinhas, no chão, próximas às crianças. Em seguida, incentiva as crianças a pintarem as mãos, com o pincel, e a fazer a impressão no papel. Assim, selecionamos alguns registros fotográficos deste momento.  
Como sugestão de referência para o professor que irá utilizar esta aula, sugiro o artigo“A Gravura na Educação Infantil: por uma prática consciente de experimentações e descobertas”, das autoras Regilene Ap Sarzi-Ribeiro e Lívia Seber, cuja a bibliografia está  abaixo, no item recursos complementares.
Segundo as autoras, “Para as crianças menores, a impressão de partes do corpo como mãos e pés, passando pelos carimbos construídos por eles próprios, é um rico campo de experimentações e descobertas”.
            Professor, é importante fazer algumas reflexões sobre  o uso das partes do corpo das crianças para fazer impressões no papel, é importante que este tipo de atividade tenha sentido para as crianças e valorize as suas experimentações e descobertas. Para isso, o professor deve refletir acerca das concepções de infância, considerando as  características e desejos de cada criança, garantindo as suas especificidades. Neste sentido,  é importante observar as produções das crianças e fazer registros para obter um olhar sensível sobre as produções infantis.
pintura 
Criança de 6 anos, pintando e gravando as mãos.
Foto- fonte, arquivo da autora-NDI-UFSC, 2010

 2º momento- A pintura das mãos nas cavernas.
             Para ampliar os conhecimentos dos alunos, o professor relaciona o trabalho de pintar e gravar as mãos na parede, por eles realizado, com as imagens das marcas das mãos em positivo ou em negativo, presentes nas cavernas da arte rupestre. O professor poderá falar que esta forma de arte foi feita pelo homem há muito tempo e que, naquela época, não existia pincel, tintas e outros materiais artísticos, como os que temos hoje, disponíveis para comprar. Além disso, o docente pode explicar que aqueles homens utilizavam os recursos da natureza para produzir as tintas, entre eles terra e carvão, misturados a gorduras e sangue de animais. Com estes materiais, os homens pintavam mãos, animais e figuras humanas no interior das paredes das cavernas.  Para esta aula o professor poderá apresentar e utilizar a " tinta de terra", postada no link abaixo:

  maos
Fonte: Google imagens
3º momento - O artista, gravador.
            Neste momento, o professor poderá mostrar imagens de artistas brasileiros. Sugerimos, por exemplo, o artista xilogravurista, desenhista e ilustrador, Osvaldo Goeldi. Para conhecê-lo, o professor poderá pesquisar no site abaixo:
http://olhar-jornalistico.blogspot.com/2010/07/goeldi-o-encantador-das-sombras.html
            O professor poderá usar uma madeira com ranhuras ou um papelão como matriz para explicar como a gravura é feita. Para isso, deve colocar, em cima da superfície da madeira, um papel sulfite, A4 branco, e riscar firme em cima do papel, com giz de cera. Este procedimento irá gravar no papel as ranhuras da matriz em madeira. A partir disto, o professor explica às crianças que, por meio desta técnica, eles reproduzirão as imagens ou ranhuras que estão na madeira, ou seja, eles estarão utilizando o processo da impressão. Além disso, o professor pode ainda explicar que esta técnica permite fazer a quantidade de cópias que eles desejarem, utilizando apenas uma matriz.

4º momento - Vamos observar as texturas dos objetos?
            Visando estimular sensações e percepções de como os materiais se apresentam, o professor deve preparar um momento para os alunos explorarem as texturas dos objetos. O professor previamente seleciona os objetos que apresentam texturas ou formas variadas. Esta atividade poderá ser proposta com as crianças sentadas ao redor de uma mesa. O professor pergunta sobre as características do objeto: ele é grande ou pequeno? Liso ou áspero? Qual é a sua forma? Qual é a sua cor? Tem baixo ou alto relevo?
            Depois, propõe que cada aluno escolha um objeto, dentre os vários apresentados, e os orienta a fazer como na demonstração anterior: colocar o papel sobre o objeto e riscar firme com giz de cera, observando o resultado. É interessante o professor incentivar os alunos a observarem o resultado obtido pelos colegas, com os diferentes objetos, e oportunizar experiências com objetos diferentes, neste ou em outros momentos. O professor deve lembrar os alunos de identificarem suas produções e ajudar aqueles que ainda não conseguem fazê-lo, de forma a conseguir identificar a quem pertence cada trabalho.
impressão pintura impressão
Impressão de objetos
fonte: arquivo pessoal da autora.
NDI- UFSC 2011

Recursos Complementares

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3847http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37203http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html

SARZI-RIBEIRO, R. A. ; Seber, Lívia . Parte IV - A gravura na educação infantil: por uma prática consciente de experimentações e descobertas. In: CAPELLINI, Vera Lúcia M.F.; MANZONI, Roa Maria. (Org.). Políticas públicas, práticas pedagógicas e ensino-aprendizagem: diferentes olhares sobre o processo educacional. Bauru - SP.: Faculdade de Ciências - UNESP, 2008, v. 01, p. 380-392. 

Avaliação
O professor deve avaliar se as crianças mostraram interesse nas atividades propostas; se  participaram; se as experiências foram significativas; se as crianças buscaram realizar novas descobertas, se ficaram curiosas para pesquisar outros materiais e texturas; e, por fim, se a atividade proporcionou momentos de troca nos experimentos estéticos e artísticos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário