VIVARTE
ESPAÇO DE DIÁLOGO E REGISTRO DE EXPERIÊNCIAS DE ENSINO APRENDIZAGEM EM ARTE. SABEMOS QUE ESTE ESPAÇO É APENAS UM PEQUENO INSTRUMENTO QUE ACREDITA QUE A ARTE DEVE SER TRABALHADA COMO ÁREA DO CONHECIMENTO NAS NOSSAS ESCOLAS. SÃO NOVOS TEMPOS... É HORA DE MUDANÇA!
terça-feira, 9 de abril de 2013
ARTE INDÍGENA E AFRICANA
O texto do projeto que segue abaixo foi desenvolvido na CMEI “Cecília Meireles”,por Léa Marcia Cardoso( PM Vitória). Vale a pena ler e refletir sobre sua prática.
CUIDAR NA ARTE INFANTIL:
DAS ORIGENS INDÍGENAS E AFRICANAS
Léa Marcia Cardoso
Prefeitura Municipal De Vitória
Secretaria Municipal De Educação
Cmei Cecilia Meireles
A idéia da criação deste projeto surgiu com o objetivo de ampliar o tema central proposto pelo CMEI “Cecília Meireles”, O Cuidar na Educação Infantil, com o objetivo de provocarmos nas crianças sensações, sentimentos e despertar de sua cultura, através de leituras de obras de arte de temáticas de influência indígena e africanas.
Através da Arte proporcionar aos alunos já desde a sua infância uma reflexão de quem somos, de onde viemos e “ver” além das aparências formas de cultura indígenas e africanas através não só de obras de arte com essas temáticas , mas também da religião, comidas , danças, vestuário, palavras e costumes desses povos.
Vivemos numa sociedade que prima pela imagem, e associando-a com a Arte que tem na mesma um de seus elementos mais fortes, tento instigar meus alunos a novos olhares e descobertas desde cedo, e que seus primeiros olhares o levem a boas leituras do mundo em que vivemos. “Cultura não é aquilo que entra pelos olhos, é o que modifica o seu olhar’(PAES, José Paulo).
Este trabalho surgiu da necessidade de mostrar aos alunos desde a tenra idade, através da arte e cultura, as suas origens e a valorização da mesma. A ênfase está napromoção de uma conscientização de nossas raízes indígenas e africanas, que
promovam nossas criações folclóricas e culturais, e a noção de pertencimento de um
contexto histórico- artístico- cultural.
Os índios brasileiros, assim como os povos africanos, devem ter destaque nos
currículos escolares. A lei 11.465/08 em vigor substitui a Lei 10.639/03, que tornava obrigatório o ensino da História, Arte e Cultura Afro, acrescenta também o ensino da
Cultura Indígena. Isso só reforça o meu desejo de proporcionar junto com meus pares, a
todos os nossos alunos o seu crescimento valorizando suas origens, e quando “olhar” a
arte e cultura européia que seja valorizando uma cultura com seus valores próprios:
outra cultura, nem melhor nem pior, e que essa apreensão o faça refletir sobre si próprio,
seu colega, uma história infantil, até a nossa e outras culturas.
“Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios
supliciados. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos,
seremos sempre marcados pelo exercício da brutalidade sobre aqueles
homens, mulheres e crianças. Esta é a mais terrível de nossas heranças.
Mas nossa crescente indignação contra a herança maldita nos dará
forças para, amanhã, conter os possessos e criar aqui, neste país, uma
sociedade solidária.” (RIBEIRO, Darci).
Objetivando propiciar uma educação estética- visual mobilizadora e rica, que
permita ao aluno uma leitura do seu contexto sócio cultural e histórico de forma atuante,
crítica e significativa, e conhecer através da arte sua origem, valorizando-a de forma
significativa, com apreensão para novas descobertas culturais, ampliando contato com a
produção artística cultural brasileira, contextualizando-a no tempo e no espaço,e
promovendo a alfabetização visual-estética através da pesquisa da exploração e da
manipulação dos elementos estruturais da linguagem plástica,oportunizando condições
ao aluno de satisfazer suas necessidades lúdicas e criadoras,possibilitando a leitura de
mundo e do cuidar do mesmo, partindo de suas próprias produções artísticas, como
também conhecendo a história, cultura e arte africana e indígena, conscientizando-se do
seu valor.
Este projeto foi realizado com a seguinte carga horária:
Três aulas semanais: Grupo 2 ( 2 turmas ); Grupo 3 (1 turma ); Integral (1 turma ).
Duas aulas semanais: Grupo 4 ( 2 turmas ); Grupo 5 ( 1 turma ); Grupo 6 ( 1 turma ).
Três aulas: 2 horas e 30 minutos.
Duas aulas: 1 hora e 40 minutos
Nos procedimentos procuramos aprofundar os conteúdos da Arte através da abordagem
triangular de Ana Mãe Barbosa (contextualizando História da Arte com apreciação e
fazer artístico);
Trabalhamos: mosaico, gravuras, dobraduras, linhas, formas, cores em diversas
linguagens artísticas, massa de modelar;
Contação de histórias;
Musicalização (temas indígenas, africanos e folclóricos );
Danças;
Pintura corporal (lápis aquarelável);
Pintura com anilina e tinta guache;
Trabalhamos com lápis de cor, giz de cera, e canetinhas hidrocor;
Folclore;
Artista Walde Mar (vida e obra e releituras): representação da arte indígena;
Visitamos uma aldeia indígena, localizada no município de Aracruz;
Encenamos a história: Brasil 500 Anos, com o grupo V;
Teatralizamos a Lenda capixaba “O Pássaro de Fogo”, com o grupo VI;
Apresentação de danças indígenas: Brincar de Índio (Xuxa), com o grupo III; Todo Dia
Era Dia de Índio (Jorge Bem Jor), com o grupo IV; Um Índio (Doces Bárbaros), música que participou da encenação do grupo V; Os Indiozinhos (Patati Patata), com o grupo II;
O Guarani (Carlos Gomes) e Águia Dourada de Roberto Carlos, participou da
encenação do grupo VI;
Construímos uma oca;
Confeccionamos uma maquete de uma aldeia indígena;
Pintura carimbo com as mãos;
Trabalhamos mapa do continente africano;
Arte do povo africano Ndebeles;
Animais africanos;
Trabalhamos o mascote da copa da África do Sul;
Trabalhamos o artista Rubem Valentim: representação da arte africana;
Encenação da história: O Amigo do Rei, com o grupo II;
Encenação da história: A Zebra Metida à Besta, com o grupo VI;
Trabalhamos a história: Quem Quer Esse Rinoceronte? Com o grupo III;
Apresentamos a dança: Olhos Coloridos de Sandra Sá, com o grupo IV;
Apresentamos Dança Circular, com a música: Escravos de Jó, com o grupo Integral;
O projeto contou com dois momentos culminantes. O primeiro foi com a
representação da arte e cultura indígena; o segundo foi com a manifestação da cultura e
arte africana. Todos os alunos participaram desses momentos, ora como atuantes, ora
como expectadores. A apresentação dos trabalhos teve a participação atuante de toda a
comunidade escolar, e foi gratificante participar desse processo de crescimento
cognitivo e emocional dessas crianças.
Utilizamos como recursos:
Livros de Arte;
Reproduções de obras de arte;
Livros infantis;
Computador;
Tintas;
Pincéis;
Cola de diversas cores;
Papéis diversos;
Lápis de cor;
Caneta hidrocor;
Barbante;
Tesoura sem ponta;
EVA;
TNT;
Giz de cera;
Sucatas;
Aparelho de som;
DVDs e CDs; etc
Entendemos a avaliação como um processo constante que não visa apenas o
produto final,mas que se preocupa com o desenvolvimento de cada criança,
acompanhando o seu processo de assimilação de conteúdos e sua expressão artística.
Concluímos que o melhor caminho é a conscientização para se lidar tanto com
os iguais quanto com as diferenças e que a educação é a base dessa descoberta, de que
todas as culturas têm o seu valor, e através da arte e da leitura de imagens o aluno
descobrirá caminhos de se olhar e de olhar o outro.
Se queremos a escola igualitária, se queremos a escola inclusiva, como nos
orienta a Constituição Federal Brasileira de 1988, precisamos nos capacitar, como
professores que somos, para fazer de nossa escola um espaço inclusivo, em que os
olhares se cruzem, desde a mais tenra idade, livres de preconceitos.
A arte é uma grande mediadora nesse processo, quando situa o conhecimento do
aluno em relação ao seu próprio trabalho artístico, ao dos colegas e da arte como
produto social e histórico, o que desvela a existência de múltiplas culturas e
subjetividades
Os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatizam o ensino e a aprendizagem de
conteúdos que colaborem para a formação de cidadania, propiciando ao aluno à
aquisição de conhecimentos que lhe permitam situar a produção de arte como objeto
sócio-histórico, contextualizando nas culturas. Para a seleção e a organização de
conteúdos de arte no PCN estão organizados de forma que o aluno tenha conhecimento
estético e artístico, desenvolvendo aptidões criativas, para que assim ele possa inserir
essas ações em sua vida de maneira criativa e ampliando o seu espaço cognitivo.
REFERÊNCIAS
BIASSUTI, Maria Goretti Saiter. Olhares Que Se Cruzam. Experiência de ensino e
aprendizagem da arte na educação infantil. Vitória. ES. GSA, 2005.
CAMPANELI, Rodrigo. As Mais Belas Lendas Capixabas.Casa das Artes Campaneli
Ltda. Vitória. ES, 2004.
HENRIQUES, Milson. A Zebra Metida à Besta. Vitória. ES. FORMAR, 2004.
MARTINS, Miriam Celeste. Didática do Ensino da Arte: A língua do mundo:
poetizar, fruir e conhecer a arte.São Paulo. FTD, 1998.
REIS, Lúcia. A Zebrinha Preocupada.
RENNÓ, Regina. Brasil 500 Anos.São Paulo. FTD, 1999.
ROCHA, Ruth. O Amigo do Rei. Ilustrações: Eva Furnari.São Paulo. Ática, 2006.
SILVERSTEIN, Shel. Quem Quer Este Rinoceronte?São Paulo. COSACNAIF
domingo, 7 de abril de 2013
DESENHO DE OBSERVAÇÃO
Nossa aula de desenho de Observação teve como base a natureza. Busca-se desenvolver a capacidade da observação, representação dos detalhes e a sensibilidade.
Foi uma experiencia muito proveitosa e tranquila.
Foi uma experiencia muito proveitosa e tranquila.
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